Paulo, um grande animador


Saulo (At 7,58) significa «implorado» e «desejado», tendo como segundo nome PAULO (At 13,9). O Apóstolo gostava de usar seu se­gundo nome, Paulo. Paulo nasceu em Tarso (At 9,11). Desde criança, lia com fervor as Sagradas Escrituras. E mais tarde, ele dizia para seu discípulo Timóteo que a Escritura Sagrada, «pela fé em Jesus Cristo, pode dar-te a sa­bedoria que leva à salvação» (2 Tim 3,15). E diz mais: «Ora, tudo quanto outrora foi escri­to para nossa instrução, a fim de que, pela pa­ciência e consolação que dão as Escrituras, te­nhamos esperança» (Ram 15,4).

Paulo recomendava a leitura atenta da Bíblia que foi escrita «para advertência nos­sa» (1 Cor 10,11) - E dizia também que o Es­pírito Santo agia sobre o povo de Deus atra­vés da Bíblia (2 Tim 3,16-17). E foi Paulo quem deu à primeira parte da Bíblia o nome de Antigo Testamento (2 Cor 3,14). O Antigo se tornaria novo através da conversão ao Se­nhor (2 Cor 3, 16). E é com esse olhar novo que Paulo lia o Antigo Testamento. Olhar que nascia da conversão. E ele se preocupava em buscar o espírito que dava vida à letra da Bí­blia (2 Cor 3,6) .

São Paulo usou muito o sistema de cartas para se comunicar com as comunidades. Ele ia escrevendo de acordo com os problemas que iam surgindo. E seu método de escrever segue os costumes da época. Em geral suas car­tas eram escritas através de um secretário (Rom 16,22).

Ele só assinava: (2 Tes 3,17; Gál 6,11; 1 Cor 16,21-22; Col 4,18; Filêmon v. 19).

Antes de se converter, Paulo fabricava tendas (At 18,3). Ele aprendeu essa profissão com seu próprio pai. O pai de Paulo era ho­mem importante em seu tempo. Essa sua im­portância é que deu a Paulo a possibilidade de afirmar que ele era cidadão de Tarso (At 21, 39) e cidadão romano (At 16,37 e 22, 25). Muitos compravam esse direito de cidadania, mas Paulo o possuía por nascimento (At 22, 28).

Paulo nunca foi um homem mau. Quando ele nasceu não existia o cristianismo. Ele vi­veu a época do povo de Deus do Antigo Testa­mento. Antes de se converter ao cristianismo, Paulo era um homem profundamente religio­so. Era apaixonado pelo cumprimento da Lei (At 24,14-15; 22,3; 26,5). Era observante ri­goroso da lei (Fil 3,6). Zeloso das tradições (At 22,3 e Gál 1,14). Paulo se torna perse­guidor dos cristãos em defesa destas tradições (At 26,9; 22,4; Gál 1,13).

Paulo na Sociedade

Paulo era membro influente da sociedade de seu tempo.
Paulo, homem importante: Paulo foi alguém bem situado na vida. Ti­nha tudo para viver uma vida cômoda, uma vida privilegiada. Ele nasceu com a sorte. Ci­dadão de Tarso, cidadão romano e aluno de Gamaliel, o grande mestre da época. Ele se preparava para assumir os negócios de seu pai. Tinha diante de si uma grande esperança para o futuro. Poderia realizar uma carreira brilhan­te.

Paulo descobre algo mais importante do que um futuro brilhante. Descobre Jesus Cristo e tudo muda na vida dele. Não se interessa mais pelo que buscava e diz: “Por causa dele perdi tudo e tenho tudo como esterco para po­der ganhar a Cristo e ser achado nele” (Fil 3, 7-8).

Paulo diz que perdeu tudo e perdeu mesmo. Pra começar, ele perdeu sua posição dentro da sociedade. Em vez de ser um empregador, dono de uma fábrica, ele se tornou empregado. Ser empregado, naquele tempo, era quase co­mo se fosse escravo. Ganhava muito pouco. Era só o suficiente para não morrer de fome. Dependia da ajuda dos amigos (2 Cor 11,9; 2 Tes 3,8), vivia a sorte dos pobres, dos assa­lariados e dos escravos.

A conversão mudou tudo na vida de Pau­lo. Ele foi cortado da comunidade. Perde os amigos e clientes. Sua vida corre perigo (At 9,23). Na nova comunidade dos cristãos, Pau­lo foi enviado para missões (At 13, 2-3). Vi­veu como missionário ambulante por mais de quatorze anos. Não tinha morada certa, nem possibilidade de exercer sua profissão.

Paulo estava decidido a não ser pesado a ninguém. Nesta época havia mestres ambulantes que punham preço em seu trabalho. Alguns viviam da ajuda dos outros. A grande maioria se instalava em casas de famílias.

Paulo não aceitava para si esses recursos em uso no tempo em que ele exerceu seu mi­nistério apostólico. Embora ele reconhecesse o direito de remuneração no trabalho missioná­rio (1 Cor 9,14-15). Ele queria anunciar o E­vangelho de graça (1 Cor 9,17-18). Só aceitava ajuda dos Filipenses (Fil 4, 15). Não queria depender, nem ser pesado a ninguém (1 Tes 2,9; 2 Tes 3,7-9; 2 Cor 12, 13-14). Escolheu para si o caminho do trabalho com as próprias mãos (1 Cor 4, 12).

Procurar emprego era algo muito humi­lhante para um homem livre. «Porventura, cometi alguma falta, por vos ter pregado o Evan­gelho de Deus gratuitamente, humilhando-me para vos exaltar?» (2 Cor 11, 7). E ainda: «Mesmo sendo livre, fiz-me escravo de todos» (1 Cor 9,19).

A sociedade, no tempo de Paulo, tinha co­mo situação ideal não trabalhar com as pró­prias mãos. Por isso ele insiste: «Vocês sa­bem como devem imitar-nos: nós não ficamos sem fazer nada quando estivemos entre vocês, nem pedimos a ninguém o pão que comemos; pelo contrário, trabalhamos com fadiga e es­forço, noite e dia, para não sermos um peso para nenhum de vocês.

Não porque não tivés­semos direito a isso, mas porque nós queremos ser um exemplo para vocês imitarem» (2 Tes 3,7-10; 1 Tes 4, 11-12).
LEITURA: Fil 3, 4-11.

PERGUNTA: O que a conversão marcou em sua vida? Por quê?